PARA VER E OUVIR - WALK THE LINE

Eu adoro quando um filme ultrapassa a tela do cinema e se torna híbrido para nós. Tem a ver com as relações e conexões que já estão naturalmente postas (como um filme que se originou de um livro e vice-versa) ou as que nós mesmos iremos fazer. 

Eu assisti "Walk the Line", que saiu por aqui como "Johnny e June", no ano de seu lançamento, em 2005. Achei bacana , mas não foi aquele filme que ficou muito em mim depois, sabe como é? Tem filmes que fica na gente por uma variedade enorme de fatores. 

Mas aí em uma visita a uma loja de DVD'S (pode acreditar, existe uma loja desse tipo ainda) no Centro Velho de SP, que vende muitos DVD'S de todos os tipos de gêneros e a preços adoráveis, dei de cara com "Walk the Line" em edição dupla com luva e baratinho, baratinho. Levei.

Sinceramente, eu sabia que ele foi um dos grandes nomes da música americana, daqueles que vem para criar um antes e um depois deles, mas não tinha nada de Cash ou de June Carter tocando em nossos players até agora. 

Assisti de novo, dessa vez com meu marido, e a experiência já foi outra. Incorporamos Johnny Cash ao nosso repertório musical, correndo atrás das canções de Johnny, June Carter e de ambos. Vimos vídeos da época. Fui atrás até de Anita Carter, irmã de June e com fama de melhor voz.

O filme é muito bem interpretado por Joaquim Phoenix (gosto muito dele, ainda bem que aquele negócio dele virar rapper foi só brincadeira para um filme) e de Reese Whiterspoon, que inclusive levou aquela estatueta dourada famosa pela atuação no longa. Eles cantam com a própria voz. Para nós dois, virgens de Cash e Carter, não foi nenhum problema. Para um fã talvez possa incomodar, eu não sei. Mas acho que o ator cantar com a própria voz impõe uma verdade maior à atuação dele. E não deve ser nada fácil.

O filme não só apresenta a vida de Johnny Cash e de como ela se uniu a de June, que foi uma peça fundamental para sua vida e carreira, como também vai apresentando toda a efervescência musical daquela época, que viu nascer nomes como Elvis Presley e Jerry Lee Lewis. Uma cultura musical que invadiu o mundo, nos invadiu, para o bem e para o mal.

Mas como eu gosto de ficar com a parte boa, posso dizer que o longa tem drama, romance, humor e música. Muita música. Boa música, se for a sua onda. 

E sempre vale a pena dar uma segunda chance para as coisas. E isso vale para filmes, livros, obras de arte, música. E claro, pessoas.




TUTORIAL PARA APROVEITAR (MUITO) O GOOGLE CULTURAL INSTITUTE

Eu amo demais. Criado em 2011, a plataforma do Google Art Project é dessas coisas que fazem a gente agradecer muito estarmos vivendo essa Era, em que o limite para que as informações e conteúdos cheguem até nós parece não ter fronteiras. E aqui estou falando de conteúdo cultural, conteúdo de Arte e História de mais de 50 países mapeados pela plataforma e disponíveis lindamente ao alcance de um clique aqui e outro acolá. E nesse cliques você "entra" dentro desses museus e institutos, faz passeios virtuais incríveis, observa obras de arte em seus mínimos detalhes e ganha um banho de muito conhecimento.

Sim, eu sei, não é a mesma coisa que estar ao vivo e em cores. E não é para ser igual e nem para substituir. Cada coisa no seu lugar. É uma ferramenta a mais, é mais uma possibilidade que se apresenta para nós. Hoje em dia, quase todos os principais museus do mundo possuem ferramentas em seus próprio sites, para que eu e você possamos nos apropriar ainda mais de seus acervos. E convenhamos, eu não sei você, mas as possibilidades que eu consiga ter vida e grana para visitar todos os milhares de espaços culturais e ver todas as obras de arte que meu corpo e coração anseia frente à frente é um pouco remota. Então o Google Cultural Institute se apresenta como uma tremenda mão na roda. E pode ser usado de múltiplas maneiras, como recurso para uma aula de Arte ou História, como fonte de estudos, ou simplesmente como pura diversão.

Posto isto e com o perdão do trocadilho, mãos à obra! Vou apresentar para vocês as principais ferramentas que a plataforma disponibiliza.

Primeiro vamos acessar :

Google Cultural Institute (já coloca nos seus Favoritos!)

Assim que você acessar a página, ela vai te convidar para você fazer um passeio para conhecer as ferramentas ou assistir o vídeo de apresentação. Faça os dois para entrar no clima.


Essa é a visão que você vai ter quando clicar em "faça um passeio". A plataforma é muito simples de mexer, tem um visual bacana e intuitivo. Quando lançou estava só disponível em inglês, hoje pelo menos as guias estão em português.


Quando você clicar em "Começar a explorar" (no meio da imagem acima) vai abrir essa outra tela. Clicando na seta à esquerda uma guia vai surgir. E teremos todas essas opções que estão aparecendo na imagem abaixo, guia à esquerda. São conteúdos que já estão separados por temas.





O World Wonders é bem legal. Dá para visitar algumas ditas Maravilhas do Mundo, como por exemplo, as ruínas de Pompéia, que eu separei na imagem abaixo. Vai funcionar exatamente como no Street View, vai clicando e passeando.



Outro conteúdo muito interessante é o Street Art, que você vai localizar naquela mesma primeira guia. Dá para navegar por exposições de arte de rua de diversos países, e conhecer o trabalho de alguns dos coletivos mais interessantes de grafite ao redor desse nosso mundão. Entre com calma em cada uma das opções que essa guia principal oferece e explore!

E para explorar, vou contar para vocês quais são os meus recursos preferidos. Primeiro é importante saber que na caixa de diálogo pesquisar você pode inserir tanto o nome de algum artista em específico, como o nome de um museu. Digamos que tenhamos colocado Van Gogh.


Pronto. Vai aparecer todas as obras disponíveis desse artista no Google Cultural Institute.Você pode clicar em qualquer uma.  Eu cliquei em um auto-retrato e nessa imagem abaixo estou usando um recurso que eu adoro, que é o de observar detalhes da obra em alta definição. É muito simples. Sempre que você clicar na obra, essa caixinha menor, à esquerda, vai aparecer. Basta ir movendo com o mouse na área você quer observar e clicar na setinha de + para a imagem ir aumentando. E bingo! As pinceladas do nosso holandês aparecem nítidas diante de nós.


Mais um exemplo, agora com Caravaggio. Que olho!


Vamos observar que para cada imagem, tem algumas informações. Em nosso exemplo, o nome da obra (Medusa), o ano de sua produção (1595-1598) e alguns símbolos. Vamos falar de cada um.

O símbolo amarelinho é a porta para muita diversão e você já deve conhecer ele do Street View. Não à toa, o Art Project é conhecido popularmente como o StreetView dos museus. Clicando nele, vai aparecer a nossa Medusa em sua casa atual, que é a Galeria Uffizi. Aí de lá você pode continuar passeando pelos corredores da Uffizi e ver quais são as companhias de parede que ela tem.

Esse é o símbolo para comparar. Clicando nele você pode comparar essa obra com qualquer outra, basta clicar de novo no símbolo. Aqui embaixo estou fazendo uma comparação com dois Caravaggios e dei um zoom nos narizes. Para excluir a comparação atual e fazer outra é só clicar no X, que fica dentro do quadradinho menor, na barra inferior.


E podemos ter também nossa própria galeria, oba! E mais de uma, várias! Só clicar nesse símbolo de + que você salva a obra que vai direto para sua galeria, algo como uma espécie de Favoritos. Para isso você já vai ter que estar logado com a sua conta do Google. Para tudo o que eu já escrevi aqui antes, não precisa estar logado e nem ter conta no Google, ok? Só se você quiser montar sua própria galeria.

E para concluir, a imagem abaixo é a do museu que eu mais amo passear virtualmente: O Museé D'Orsay, em Paris.

Espero que eu tenha ajudado em alguma coisa. Bons conhecimentos e boa diversão para você!



É EMBU, É DAS ARTES.

Eu não conhecia a cidade de Embu das Artes até ano passado. De lá para cá eu já fui três vezes. A primeira foi por indicação do meu pai, que também não tinha ido, mas achou que podia dar um caldo bom. E não é que deu? Fui com eles, pai e mãe, num mês de maio, bem o mês em que a cidade comemora a Festa de Santa Cruz, uma celebração bem tradicional que tem suas origens bem lá atrás, no período dos jesuítas. Nessa festa tem danças típicas, comes e bebes, muita moda de viola (acho lindo) e muita religiosidade. E o levantamento do mastro, onde cada um pode fazer o seu pedido (mas tem que ajudar a socar o mastro na terra, para valer!).
Festa de Santa Cruz. (arquivo pessoal)

E que mais que Embu das Artes tem além do nome que já sugere tudo? História. Mais precisamente o período em que os jesuítas estiveram por aqui "catequizando" os nossos índios guaranis. Ok, essa não é exatamente a parte da nossa História que a gente se orgulha de mostrar para os outros, Mas sempre bom se adentrar. E no caso estamos nos adentrando no Museu de Arte Sacra dos Jesuítas, outrora local onde os padres viviam, e que inclui a Igreja de Nossa Senhora do Rosário. O acervo tem muitas imagens de roca (aquelas imagens ocas por dentro, cobertas por tecidos e muitas delas com cabelo humano). Mas o grande destaque é
Festa de Santa Cruz (arquivo pessoal)
o "Senhor Morto", uma peça esculpida em uma única tora de madeira, em tamanho real. Na primeira vez que visitei o Museu essa peça ficava em uma das salas. Na visita mais recente estava na Capela do Rosário, onde um funcionário do museu me informou que era o local original.
Museu de Arte Sacra (arquivo pessoal)

Para não ficar só na famosa feirinha de artes, que existe há quarenta e seis anos, eu sugiro uma visita em pelo menos esses dois centros culturais: o Museu já citado em cima e o Centro Cultural Mestre Assis de Embu. Nesse último dá para entender melhor como foi que nasceu as Artes depois do nome Embu. Fica tudo pertinho um do outro.



Fachada (arquivo pessoal)
Agora o que realmente me fez gostar de Embu das Artes foi o colorido. As cores das lojinhas fofas, os artesanatos mil dispostos nas barraquinhas. Para os meus humildes bolsos é tudo um pouco caro, mas eu gosto de gastar com os olhos, e o artesão tem que valorizar o seu trabalho. Tem muvuca? Tem sim senhor! De domingo então, aguenta coração. E pés, e pernas. Mas um sorvetinho pode resolver, ou um gole de vinho artesanal nos dois alambiques mais próximos das barracas. Esses sim de preço camarada.
Fachada (arquivo pessoal)
Dentro para fora II (arquivo pessoal)

Dentro para fora I (arquivo pessoal)



















E para sair da muvuca de vez, um pulo no Parque do Lago Francisco Rizzo. Que tem o quê? Um lago! E verde, e céu. Tá bom né? Da até para ir a pé partindo do centro, mas é uma caminhada boa. Melhor pegar o bondinho turístico que sai da praça e passa por lá.
Parque do Lago (arquivo pessoal)

E a cereja para quem está em São Paulo ou Grande São Paulo é que a cidade de Embu das Artes é bem perto de nós. Sabe aqueles dias que a gente quer sair, mas não quer ir assim tão longe? Pois então, quando surgir esse querer, considere Embu das Artes. Ou considere sempre, se você já for habituè.






ARTE E CONCEITO - CONCEITO É ARTE?

Ano passado, para uma atividade da faculdade, tive que formular um conceito para uma obra de arte conceitual. 

Honestamente a arte conceitual ainda não me pegou. Como estudante de arte me vejo obrigada a subtrair pré-conceitos e adentrar-me com carinho no tema, ampliando o olhar, aliás soa uma lindeza falar assim não é mesmo? Mas aqui entre nós eu gosto mesmo é quando o Gullar diz que  "ninguém me convenceria de que pôr urubus numa gaiola é fazer arte" .

Não vou dizer que não me interessei por algumas coisas do Waltercio Caldas, para ficar num exemplo brasileiro. Mas ainda estou bem longe de reverenciar Joseph Kosuth, e seu "Uma três cadeiras", por exemplo. Corro o risco de comer o pão que Marcel Duchamp amassou dizendo uma coisa dessas, eu sei. Mas ainda estou engatinhando, tenho muito a aprender, dêem-me algum desconto.

E também tenho um arte conceitual para chamar de minha, ora bolas. E foi ela que apresentei para minha atividade. 

Cabelos.

(algum leitor da minha antiga Esquina deve estar dizendo: repaginou o blog e os cabelos continuam os mesmos, lá vem ela com aquela história!)

Sim, lá vem eu com aquela história. O conceito do cabelo como representação da passagem do tempo, extraída diretamente daquele meu texto que vou reproduzir aqui sem dó nem piedade dos que já leram outras vezes:

“Meus cabelos cresceram. Senti os dias deslizando pelas suas pontas. Algumas horas esconderam-se dentro do meu virgem castanho-escuro, receosas de seguir em frente. Um par de minutos embaraçou-se em alguns fios, encabulado. Mais de um segundo encontrou porto-seguro lá no alto, de onde a vista é mais bela. Mas o tempo mandou seguir em frente e todos eles, horas, minutos e segundos escorreram pelos meus fios. Vou fazer uma trança com o tempo que passou, antes de cortar da memória as horas que dançaram nos meus cabelos” (publicado  em Julho de 2011, no próprio blog).

Lembranças
Fios de cabelo sobre papel
2013
Mônica Pinheiro Lima Franco
















ARTE ESPELHADA

Eu tenho um problema com espelhos. E não é aquela coisa de se achar horrível diante dele. Essa fase ficou lá atrás. Felizmente aprendi com o tempo a curtir a própria embalagem e ser grata por ela.

Mas o meu negócio com espelhos é que não convivemos muito bem juntos no mesmo lugar. Sabe aqueles provadores de roupa que tem espelho frontal e lateral? Eu piro com aquilo, fico tontinha. Já tive que provar roupa de olhos fechados. No meu quarto também não pode ter espelhos, guarda-roupa com um daqueles nem pensar. Um excelente método de tortura que poderia ser aplicado em mim é o de me enfiar em um labirinto deles. Arrepia só de imaginar.

Por sorte, eu não guardo a mesma aversão ao tema em se tratando de obras de arte pictóricas. A história da arte nos brindou com exemplos extraordinários de virtuosismo em representações de reflexos. Quadros dentro dos próprios quadros. Para ficar tontinha. De paixão.

Alguns deliciosos exemplos. Sim, estou chovendo no molhado citando esses caras, eu sei disso. Quer saber? Prefiro me ensopar.

O Casal Arnolfini
Fonte da imagem: National Gallery
Jan Van Eyck
82 x 60 cm
1434
National Gallery
www.nationalgallery.org.uk

Para começar devemos agradecer muito Jan Van Eyck, porque ele aperfeiçoou a técnica de tinta a óleo, praticamente a inventou. Entra no site da National Gallery e usa o zoom no espelho do fundo. Pode ir lá, eu espero. 

E aí? Incrível não? O espelho dessa tela tem apenas 5,5 centímetros!

Essa obra é cheia de simbolismos (que podemos conversar em outro post) e tem uma paleta de cores incrível. O casal são dois italianos ricos de nome Giovanni e Giovana e a tela está representando o casamento deles. A cereja desse bolo todo está em cima do espelho, na inscrição: "Jan Van Eyck esteve aqui". Ele não só se retratou no espelho como se eternizou na parede do próprio quadro. Excepcional.


Las Meninas
Diego Rodriguez da Silva y Velásquez
318 x 276 cm - Óleo em tela
1656
Museu do Padro
Fonte da imagem: Museu do Prado

https://www.museodelprado.es/

A representação da família de Philip IV é uma das mais conhecidas e reproduzidas do mundo. Não à toa. São inúmeros os elementos que poderiam preencher uma semana inteira de aula. Um grande mestre literalmente em pleno movimento.



Bar em Folies-Bergère
Edouard Manet
96 x 130 cm
Óleo em tela
1882
Instituto Cortauld

Uma garçonete, um olhar vazio, um bar lotado. E a força de Manet. O reflexo do espelho nessa obra (o cliente em frente à ela, para ser mais específica) é alvo de bastante discussão dos críticos. Não se sabe se Manet deliberadamente quis "errar" no reflexo e confundir nosso olhar. No site do Instituto Cortauld é possível dar o zoom em alguns detalhes dessa que foi uma das últimas obras de peso dele e ler observações a respeito desses pequenos pedaços da obra. Errado ou não eu não sei, mas é lindo, me apaixona e isso basta.

Fonte da imagem: Web Gallery  Art
















Para se aprofundar no tema, uma boa opção pode ser ler o artigo do Prof.Dr.Carlos Alberto Ávila Santos, Espelhos e reflexos: usos e representações em obras artísticas.

E se apaixonar com muitos outros reflexos que outros grandes gênios nos deixou.

VIVA ELIS

Minha opinião sobre Elis Regina se resumia em considerá-la uma das maiores intérpretes que já nasceu nesse nosso Brasilzão, mesmo sem ser uma grande fã ou mesmo conhecer a profundo o seu repertório. Porque basta ouvir uma única música interpretada pela Pimentinha para exclamar "cara, o que é isso?". O que não é nenhuma novidade, já que ela figura fácil-fácil em listas desse tipo. Ainda que nada nessa vida seja uma unanimidade. E é bom que não seja mesmo, é preciso sempre haver espaço para a dúvida.

Mas algo que me interessa muito é entender a trajetória de certos artistas e o processo de construção de um mito. Eu nasci em 1981. Um ano depois Elis ia embora. Nesse ano de 2015, ela faria 70 anos. É claro que a data não ia passar em branco. Dois lançamentos vieram à tona: o site oficial da cantora, organizado pelo filho João Marcelo e a biografia escrita pelo Júlio Maria, Elis Regina - Nada Será como Antes. E é sobre esse último que quero falar.

Amei o livro. Gostoso de ler, envolvente, sem apelações e escrito por alguém que entende de música. Também foi uma boa maneira de conhecer melhor uma parte muito importante da nossa música popular brasileira, no auge do surgimento de artistas incríveis e de como tudo aquilo foi se entrelaçando. Artistas com muitas boas composições nas mãos. E muitas foram parar no vozeirão de Elis.

E quantos compositores não caíram de amores por Elis Regina... Milton Nascimento foi um deles, apaixonado confesso (depois). A própria Elis declarou no programa Ensaio, da TV Cultura, que Milton não falava nada, que ela nunca sabia se estava agradando ou não ele. E que ela cantaria qualquer coisa dele. Pois o mineiro calou-se foi de paixão.

Essa biografia foi lançada não muito tempo depois de toda aquela polêmica com o Procure Saber. Li que os três filhos aprovaram a publicação. Deles, Maria Rita preferiu não ler, mas não fez nenhuma oposição à publicação.

Ainda bem.

O livro custa um preço médio de R$ 50,00. Eu paguei bem mais barato que isso numa promoção pela web. Vale sempre pechinchar.

O site oficial também está muito bacana. Super vale conferir.

E quanto a minha opinião acerca dela, continuo achando-o uma das maiores intérpretes brasileiras. E do mundo. Apenas com um pouco mais de conhecimento de causa.

Livro: Elis Regina - Nada Será Como Antes
Autor: Julio Maria
Editora: Master Books

INTER

Na busca de livros para meu trabalho de conclusão de curso, cheguei a um que estou gostando para além do motivo principal que me fez chegar até ele : Arte/Educação Contemporânea - Consonância Internacionais, organizado pela Ana Mae Barbosa, que é uma das palavras máximas em arte-educação em nosso País, uma mulher que verdadeiramente lutou, ao lado de outros arte-educadores engajados, para que os currículos de Arte nas escolas fossem modificados. O nome dela é muito conhecido nessa área e seus livros são sempre referências nos cursos de Artes, o equivalente ao que é um Idalberto Chiavenato em Administração.

O livro reúne artigos de 28 especialistas em Arte e Arte/Educação de vários países. Os textos que mais me interessaram até agora estão na parte três, Interculturalidade. 

Ainda estou lendo-o, então não irei me prolongar. Tenho pensado muito nessa coisa do inter. 

Interculturalidade. Interdisciplinaridade. Interterritorialidade (esse último é título de um outro livro também organizado por Ana Mae, e que também está na minha pilha). São muitos termos, e tenho passeado por eles num desejo de articular meus próprios desejos em arte-educação, que por enquanto só consigo delinear em rabiscos de pensamento e coração.